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O ANTIGO E O NOVO CONCERTO
O ANTIGO E O NOVO CONCERTO

O ANTIGO E O NOVO CONCERTO
Hb 8.6 “Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente,
quanto é mediador de um melhor concerto, que está confirmado
em melhores promessas”.
Os capítulos 8-10 descrevem numerosos aspectos do antigo concerto tais como o culto, as leis e
o ritual dos sacrifícios no tabernáculo; descrevem os vários cômodos e móveis desse centro de
adoração do AT. É duplo o propósito do autor: (1) contrastar o serviço do sumo sacerdote no
santuário terrestre, segundo o antigo concerto, com o ministério de Cristo como sumo sacerdote
no santuário celestial segundo o novo concerto; e (2) demonstrar como esses vários aspectos do
antigo concerto prenunciam ou tipificam o ministério de Cristo que estabeleceu o novo concerto.
O presente estudo sintetiza o relacionamento entre esses dois concertos.
(1) Segundo o antigo concerto, a salvação e o relacionamento correto com Deus provinham de
um relacionamento com Ele à base da fé expressa pela obediência à sua lei e ao sistema
sacrificial desta (ver o estudo O CONCERTO DE DEUS COM OS ISRAELITAS). Os
sacrifícios do AT tinham três propósitos principais. (a) Ensinar ao povo de Deus a gravidade do
pecado. O pecado separava os pecadores de um Deus santo, e somente através do derramamento
de sangue poderiam reconciliar-se com Deus e encontrar perdão (Êx 12.3-14; Lv 16; 17.11; Hb
9.22; ver Lv 1.2,3 notas; 4.3 nota; 9.8 nota). (b) Prover um meio para Israel chegar-se a Deus
mediante a fé, a obediência e o amor (cf. 4.16; 7.25; 10.1). (c) Indicar de antemão ou prenunciar
(8.5; 10.1) o sacrifício perfeito de Cristo pelos pecados da raça humana (cf. Jo 1.29; 1Pe 1.18,19;
Êx 12.3-14; Lv 16; Gl 3.19 nota; ver o estudo O DIA DA EXPIACÃO).
(2) Jeremias profetizou que, num tempo futuro, Deus faria um novo concerto, um melhor
concerto, com o seu povo (ver Jr 31.31-34 notas; cf. Hb 8.8-12). É melhor concerto do que o
antigo (cf. Rm 7) porque perdoa totalmente os pecados dos que se arrependem (8.12),
transforma-os em filhos de Deus (Rm 8.15,16), dá-lhes novo coração e nova natureza para que
possam, espontaneamente, amar e obedecer a Deus (8.10; cf. Ez 11.19,20), os conduz a um
estreito relacionamento pessoal com Jesus Cristo e o Pai (8.11) e provê uma experiência maior
em relação ao Espírito Santo (Jl 2.28; At 1.5,8; 2.16,17, 33, 38,39; Rm 8.14,15,26).
(3) Jesus é quem instituiu o novo concerto ou o novo testamento (ambas as idéias estão contidas
na palavra grega diatheke — testamento), e seu ministério celestial é incomparavelmente
superior ao dos sacerdotes terrenos do AT. O novo concerto é um acordo, promessa, última
vontade e testamento, e uma declaração do propósito divino em outorgar graça e bênção àqueles
que se chegam a Deus mediante a fé obediente. De modo específico, trata-se de um concerto de
promessa para aqueles que, por fé, aceitam a Cristo como o Filho de Deus, recebem suas
promessas e se dedicam pessoalmente a Ele e aos preceitos do novo concerto.
(a) O ofício de Jesus Cristo como mediador do novo concerto (8.6; 9.15; 12.24) baseia-se na sua

morte expiatória (Mt 26.28; Mc 14.24; Hb 9.14,15; 10.29; 12.24). As promessas e os preceitos
desse novo concerto são expressos em todo o NT. Seu propósito é: (i) salvar da culpa e da
condenação da lei todos que crêem em Jesus Cristo e dedicam suas vidas às verdades e deveres
do seu concerto (9.16,17; cf. Mc 14.24; 1Co 11.25); e (ii) fazê-lo um povo que seja a possessão
de Deus (8.10; cf. Ez 11.19,20; 1Pe 2.9).
(b) O sacrifício de Jesus é melhor que os do antigo concerto por ser um sacrifício voluntário e
obediente de uma pessoa justa (Jesus Cristo), e não um sacrifício involuntário de um animal. O
sacrifício de Jesus e o seu cumprimento da vontade de Deus foram perfeitos, e, portanto, proveu
um caminho para o pleno perdão, reconciliação com Deus e santificação (10.10, 15-17; ver Lv
9.8 nota).
(c) O novo concerto pode ser chamado o novo concerto do Espírito, porque é o Espírito Santo
quem outorga a vida e o poder àqueles que aceitam o concerto de Deus (2Co 3.1-6; ver Jo 17.3
nota; ver os estudos TERMOS BÍBLICOS PARA SALVAÇÃO e FÉ E GRAÇA).
(4) Todos os que pertencem ao novo cncerto por Jesus Cristo recebem as bênçãos e a salvação
oriundas desse concerto mediante sua perseverança na fé e na obediência (ver 3.6 nota). Os
infiéis são excluídos dessas bênçãos (ver 3.18,19 nota; ver o estudo A APOSTASIA
PESSOAL).
(5) Estabelecido o novo concerto em Cristo, o antigo concerto se tornou obsoleto (8.13). Não
obstante, o novo concerto não invalida a totalidade das Escrituras do AT, mas apenas as do
pacto mosaico, pelo qual a salvação era obtida mediante a obediência à Lei e ao seu sistema de
sacrifícios. O AT não está abolido; boa parte da sua revelação aponta para Cristo (ver o estudo
CRISTO NO ANTIGO TESTAMENTO), e por ser a inspirada Palavra de Deus, é útil para
ensinar, repreender, corrigir e instruir na retidão (ver o estudo A INSPIRAÇÃO E A
AUTORIDADE DAS ESCRITURAS).

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